
Léo Pinheiro: Quatorze meses de fotos e muita história pra contar
“Não somos criados para ficar parados”, afirma com convicção Leonardo Alexandre Gorgueira Pinheiro Fontes, 39. E essa afirmação é quase um lema na vida de Léo Pinheiro – como gosta de ser chamado – que morou por 14 meses em Dublin, na Irlanda.

Léo nunca teve uma residência fixa por mais de cinco anos. Isso pode parecer diferente, mas ele acredita que o fato de nunca ter tido um teto por muito tempo foi algo que lhe ajudou a viver seu intercâmbio de forma mais fácil.
Aliás, ele não gosta de falar que fez um intercâmbio.
“Vim para Dublin para comprar a comida que irlandês compra, andar na cidade, falar com ela, viver ela, como um local.
Creio que na escala de experiências, quem se propõe a fazer isso dessa forma está um pouco acima do cara que veio só aprender uma nova língua.”
A ideia de ir para a Irlanda veio depois de algum tempo de conversa com sua esposa. Os dois estavam em um momento legal da carreira, mas ao mesmo tempo com uma vida estagnada, pensa que talvez até culturalmente.
“Precisávamos ver o mundo novamente com olhos novos. Ter um brilho de descobrir um país, uma cidade. Ter as decepções e descobrir coisas legais também.”
Léo é fotógrafo, jornalista e publicitário, mas também cursou história. Nasceu no Rio de Janeiro e morou em diversos pontos do norte do país.
Não teve uma infância que os amigos da sua idade tiveram, mas acredita que isso foi muito bom. “Tanto no meu modo de enxergar a vida, como o que reflete hoje no meu trabalho como fotógrafo. Minha fotografia hoje é tudo que fui, que li, que vi e vivi”, conta.

Mas o seu trabalho estava entrando em uma espiral de rotina. Ele estava fotografando em linha de produção, e isso não era legal.
Ele, que sempre gostou de escrever, estava há muito tempo sem escrever uma linha. Dublin resgatou esse seu lado de escrever, contar histórias e reciclou seu olhar.
Descobriu que sabia fotografar uma cidade, sem necessariamente ser como um turista. “Obrigado, Irlanda”, diz.
“Viver a experiência de estar em uma cidade nova, com quase quarenta anos é incrível. Mais incrível é depois de quase dez anos sentar em um banco de escola, como fiz no Seda College. Acordar cedo todos os dias para aprender uma língua nova foi muito bonito.”
Sobre o inglês, Léo achava que falava a língua, e o baque de chegar em uma cidade como Dublin e querer ter a experiência de ser local foi algo incrível para ele.
Léo aconselha as pessoas a fazerem como ele: procurar um imóvel próprio, mas depois dividir com pessoas que falem outra língua. Para ele, o desafio de superar a burocracia de um país diferente do seu é algo que faz bem no final das contas.
“A sensação de no final de uma ligação por uma coisa banal, por exemplo, que é abrir uma conta de luz no seu nome, é incrível.
Assim como abrir uma cerveja e sentar para conversar coisas bobas com seus flatmates depois do jantar. Isso vai mudar sua vida!”
E sobre o inglês, será que evoluiu? Léo afirma que sim, e muito. “Mas meu inglês é mentiroso demais. Não sou um bom aluno, sou disperso, meio preguiçoso, se não fosse isso eu teria um inglês excelente depois desse ano e pouco”, revela.

Mas segundo ele, essa enrolação ainda o ajudou. Fez amigos irlandeses, argentinos, mexicanos, croatas, italianos, finlandeses, romenos, alemães, chilenos, alguns coreanos, árabe e um paquistanês gente boa que lhe vendia pão.
De Dublin, ele sai com uma bagagem divertida, com uma nova cultura, com um gosto de comer pão com requeijão turco e black pudding. Leva para casa um projeto sensacional e fotos incríveis.
“Não sei se saio mais irlandês, pois não me considero nem brasileiro. Sabe o lance de mudar de casa sempre? É ótimo.
Você não se apega, aprende que a vida é efêmera, e isso foi o que fez esse ano e pouco aqui ser válido.”
Para ele, as decepções são menores do que as coisas bacanas que descobriu.
Afinal, ele afirma: “não somos criados para ficar parados, e quem consegue descobrir que o mundo é seu país, começa a descobrir o real sentido da palavra liberdade.”
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