
GABRIEL FERREIRA, A RAINHA MENINO DE DUBLIN
Quem visita Dublin percebe o quanto a cidade é artística e como é aberta para novas expressões culturais.
É possível encontrar artistas de todos os cantos do mundo apenas andando por algumas ruas da cidade.
E foi neste clima receptivo que Gabriel Ferreira, 20 anos, encontrou na Ilha Esmeralda um lugar para transformar em profissão uma parte de si mesmo: ser drag queen.

Tudo começou aos 13 anos, quando Gabriel resolveu contar para a sua família que era gay. A recepção foi natural e tranquila.
Segundo sua mãe, toda a família já sabia e não havia problema nenhum nisso, afinal, eles queriam a felicidade do filho.
Sou gay desde o útero e isso é natural para minha família. Nunca me questionaram, me policiaram ou tentaram ‘me corrigir’.
Eu gosto do meu corpo. Eu me sinto bem com meu gênero. Sou homem. Não tenho vontade de ser mulher, mas sou drag queen.
Gabriel está há um ano e meio em Dublin, e a escolha começou quando largou a faculdade de Relações Públicas, em Santos.
Me perdi na faculdade. Minha família sempre me deu liberdade para tudo. Drogas e sexo, sempre foram assuntos conversados. Nunca foi tabu na minha casa.
Mas de repente, naquele ambiente de faculdade, eu me vi mais livre ainda e não deu certo. Fora que a faculdade não era o que eu queria, então tranquei o curso.
Foi a partir daí que ele começou a pensar em sair do Brasil e resolveu ir para a Irlanda. Gabriel já falava o inglês razoavelmente bem, mas queria aprimorar o idioma.
Além disso, foi em Dublin que sua personagem chamada Angelinna Lovelace – que apareceu primeiro quando ele tinha entre 17 e 18 anos – veio à tona com mais força.
Ele conta que nunca pensou nisso como profissão, era mais uma brincadeira, uma brincadeira esporádica.
Aqui, eu faço tudo que quero e tenho vontade, inclusive ser drag queen. Foi em Dublin que a personagem surgiu como uma profissão.
Foi aqui que eu levei a Angelinna a sério e comecei a usá-la como um catalizador da minha arte.
Nunca havia trabalhado na vida, ela é meu primeiro emprego, e tenho muito orgulho disso. Ser drag queen é ser artista.
Gabriel conta que se apresenta em um dos principais palcos da cidade, onde todas as quartas mostra para o público a Angelinna.
Para ele, a experiência o enche de orgulho, pois não é qualquer um hoje que pode fazer um show como ele faz.
Acho muito legal ter nela minha profissão, principalmente para desfazer a ideia que as pessoas têm sobre as drag em geral. Sei que o que estou vivendo hoje com vinte anos é algo muito forte.
Em breve, seus pais desembarcam em Dublin para visitá-lo, e poderão ver o filho atuar pela primeira vez. Eles nunca viram a Angelinna no Brasil, mas Gabriel tem certeza que eles irão adorar.
Graças a eles estou aqui, consigo viver com a minha arte. Vim para ser artista, e é isso que sou hoje.
UPDATE: Os pais de Gabriel já vieram o visitar e fechamos essa publicação com uma foto linda da família reunida:
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