
EMPREENDENDO NO INTERCÂMBIO: HENRIQUE, O REI DA TAPIOCA EM DUBLIN
Ainda no século XV, o filósofo inglês Kevin Bacon disse: o homem deve criar as oportunidades, e não somente encontrá-las.
E é com essa citação que apresentamos a vocês a história de Henrique Pasquetto, o jovem paulistano que deixou o ABC em busca de novas oportunidades e um futuro próspero para ele e sua família.
Aprender inglês na minha cabeça não era meu foco. Porque eu achava que já falava. Eu queria muito trabalhar e melhorar de vida.
Tinha feito quatro anos de inglês no Brasil, acreditava que já falava um pouco. Morando fora é que percebi que não sabia nada.
Então, o primeiro objetivo que antes era trabalhar, passou a ser o segundo. Precisava aprender a falar inglês e logo.
A vontade de morar em outro país sempre foi grande na vida de Henrique e quando virou meta, ele começou a pesquisar diversos locais pelo globo e o sonho americano sempre foi quem fez o coração dele bater mais forte.
O Estados Unidos sempre foram minha primeira opção mas as dificuldades de green card, valor do visto, dificuldades para trabalhar legalmente no país e minha pressa em sair logo do Brasil me fizeram adiar o famoso sonho americano.
Foi aí que comecei a pesquisar sobre a Irlanda e percebi que era um ótimo (e viável) plano b viável.
Ao definir a Irlanda como destino certo, Henrique começou a trabalhar duro para transformar o sonho em realidade e, após um ano e dois meses já embarcava rumo a Ilha Esmeralda. Rumo ao incerto.

Sua aventura irlandesa começou no pequeno condado de Kildare, que fica a aproximadamente 50km da capital Dublin e o pensamento que tinha desde que pisou em terra firme foi:
Não posso ficar sem trabalhar!
Henrique viveu na cidade de Santo André e contou que nunca soube ficar a toa. Mesmo enquanto morava com seus pais vivia bolando algo, inventando alguma coisinha aqui ou ali, desenvolvendo uma atividade.
Apesar dos 25 anos, sempre se sentiu muito responsável por tudo que fazia pois, além dele, tinha dois filhos com quem se preocupar no Brasil.
Fui barman no Brasil, achei que seria fácil continuar trabalhando na minha área na Europa, já que ela se enquadra nos chamados subempregos que, na maioria das vezes, são designados para estrangeiros.
Sempre gostei da cultura e me identificava com muitas coisa da Irlanda antes mesmo de desembarcar por lá. Via os irlandeses como um povo acolhedor, amável e amigável, assim como nós brasileiros.
E nisso eu acertei em cheio, talvez seja por esse motivo que os dois povos mantém um relacionamento tão saudável.
Mas morar no interior da Irlanda estava complicado por questões financeiras e a distância, já que sua escola ficava na capital. Foi aí que Henrique se mudou e sua vida seguiu o barco, mudando drasticamente após a decisão.
Ao chegar em Dublin ele percebeu que a comunidade brasileira na cidade era de fato muito grande, e foi aí que sua pluga empreendedora começou a coçar e ele, teve uma brilhante ideia.
Eu queria começar a investir em meu próprio negócio e, ao ver a quantidade de brasileiros que tinha na capital fiquei realmente empolgado em começar a trabalhar com o ramo alimentício por aqui e pensei: Por que não vender tapioca aqui?
Brasileiro sente falta de comida brasileira! E isso é um fato confirmado por 99% dos conterrâneos espalhados pelo mundo.
Ninguém comia tapioca aqui. Fui o primeiro a produzir e vender o produto em Dublin. Antes quem quisesse comer tapioca, tinha que importar a goma do Brasil.
Como Dublin é uma cidade preparada para receber e abrigar pessoas do mundo inteiro, seu comércio acabou se acostumando e se moldando com essa realidade, então não é difícil você encontrar mercados especializados nas necessidades de cada população e foi em um desses que Henrique encontrou a matéria-prima para o seu produto:
Não era difícil achar mandioca em Dublin. Nos muitos mercados indianos que tem na cidade era fácil achar a raiz.
Então comecei a comprar a mandioca (que na Europa é conhecida como casava) e comecei a fazer a goma em casa afinal, empreendedor que se prese arregaça as mangas e faz acontecer.
Na minha cozinha minúscula eu processava a mandioca, fazia a farinha, transformava em goma, hidratava e deixava pronta para o consumo.
Henrique era a fábrica, o marketing, o vendedor, a distribuição e também o cozinheiro do produto. E ainda toda quarta fazia um rodizio de tapiocas em um restaurante da cidade.
Meu cliente é, em grande parte, brasileiro. Mas tem muito estrangeiro que vem experimentar meu produto e vira um consumidor fiel.
Eles sempre voltam depois de experimentarem a minha tapioca e uma vez por semana, pego o ferry boat (uma espécie de balsa), aqui em Dublin e vou até o País de Gales distribuir meu produto.
Tenho até um cliente inglês que vem com frequência em Dublin e sempre compra comigo. Franceses, Poloneses, Ucranianos e Indianos gostam e compram a “Tapioca do Henrique” também.
Hoje o jovem empreendedor vive na Europa apenas com o dinheiro da empresa que montou e, apesar da saudade constante dos filhos e família, não pensa em voltar tão cedo para o Brasil e sonha um dia ter condições suficientes para levar seus filhos para morar com ele na Europa.
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